quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fim de ano

Todo ano esperava ansiosamente o ano terminar por causa do meu aniversário, em novembro, e assim sucessivamente esperava ansiosamente o novo ano para poder estar mais próxima do próximo fim de ano.
PS: De uns anos para cá percebi que o tempo passa muito rápido (o que todo mundo adulto já sabe) e que nem tudo é festa. Acredito que a propaganda ajuda bastante a mover o capitalismo durante as épocas de festa promovendo o consumismo, que para nós mulheres é bom demais da conta :) Mas a época de liquida DF são melhores ainda! Admito que árvores de natal encantam e toda a magia de Papai Noel e supertições para o ano novo.
O certo é que nas semanas de natal e ano novo a gente costuma fazer uma retrospectiva de tudo que aconteceu e dos nossos desejos nas listinhas de o que vou fazer no próximo ano. E acabamos constatando que não fizemos nem 10% do que programamos, e os desejos vão para a lista do ano seguinte e seguinte...
Com isso em mente, resolvi fazer um limpa em sentido geral e comecei neste ano muitas coisas que sempre ficavam para depois, como deixar de lado o sedentarismo, controlar mais o que vai a boca, escolher melhor as companhias, dentre outros. Minha lista pro ano que vem tá diminuindo, se bem que sempre queremos mais e mais outras coisas. O ser humano nunca está satisfeito. Se forem coisas positivas acrescentam para o crescimento pessoal, porém na maioria das vezes os pedidos são supérfluos e gananciosos.
Fim de ano sempre é acompanhado de inúmeras saudades, talvez porque esperamos por um ano melhor do que esse bom ou mal ano, e vimos mais um ano passar com tantas riquezas de experiências que nos remetem a déjà vu momentâneos.
Saudades de ter amigos desaparecidos por perto; dos tempos de colégio quando fornecia instrumentos excusos para dar curto circuito na sala e não termos aula, dos meninos tirando a borrachinha das janelas e vidros se quebrarem por "acidente", de trocar idéias durante os testes e provas (não era cola! a gente passava cola) :), de termos trocado todo o sistema de provas bimestrais do colégio (isso não é pra qualquer um viu!) devido a sermos solidárias com amigos que não entendiam bem a matéria ou vinham fazer a prova direto da balada cheirando a pinga; saudades ainda dos cheiros da grama molhada da infância, do cheiro do meu pai no travesseiro ao tomar o lugar dele na cama enquanto a preguiça não me deixava acordar, do cheiro de comida em dias de festa, do cheiro da noite devido aos perfumes exalados pelas árvores e flores durante caminhadas noturnas com meu pai; saudades de correr dos guardas de prédios públicos quando andava pelos espelhos de água; dos ex-amigos ou colegas que passaram por minha vida; das viagens que ficaram em fotos e no passado. Enfim, muitas saudades que ficaria o dia todo e não terminaria de enumerar.
"Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
Quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
Eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
De pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,Do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
Do penúltimo, e daqueles que ainda vou vir a ter,
Se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
Lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,
De quem disse que viria e nem apareceu;
De quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito,
De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram
E de quem não me despedi direito,
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
De gente que passou na calçada contrária da minha vida
E que só enxerguei de vislumbre;
De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter;
De coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse,
De certo gostaria de experimentar;
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,
Não sei aonde,
Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é
E nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar
Sentindo saudades em japonês,
Em russo, em italiano, em inglês,
Mas que minha saudade,
Por eu ter nascido brasileira,
Só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria,
Espontaneamente, quando estamos desesperados,
Para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes,
Seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
Ou seja, lá como possamos traduzir saudade
Em outra língua, nunca terá a mesma força
E significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, corretamente,
A imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
Todas as vezes que sinto este aperto no peito,
Meio nostálgico meio gostoso,
Mas que funciona melhor do que um sinal vital
Quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,
De que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas
Que perdemos ao longo da nossa existência...
Sentir saudade é sinal de que se está vivo!"
Poema retirado de:
Então é isso, saudades todos temos mas a vida continua, e o futuro e o presente estão aí para serem desafiados!
Boas festas a todos!!!!!!!!!

3 comentários:

Helga disse...

"escolher melhor as companhias".. hmmm, então é por isso que você sumiu é?

Bom texto. Um tanto triste.

:)

Suzana disse...

Que lindo, Marcia. Tenho que confessar que não consegui segurar as lágrimas. Eu ando muito emotiva esses dias... e cheia de saudades tb e isso dói tanto.

Unknown disse...

vixi maria! saudades de bom gente! mas bola pra frente! :)
bjusss e bom restinho de ano!