terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal!

Hoje vi uma reportagem sobre os corais de natal.

Nessa época do ano o espírito de "noel" se espalha e as cidades do mundo inteiro se enchem de corais natalinos.

Abaixo seguem alguns corais e cantores cantando em vários idiomas (as versões são bem bonitinhas)...









quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

E tudo acaba na Esplanada...

Outro dia uma amiga insistia para me arrastar para uma Rave, visto que nunca fui em uma, e tanto fez que aceitei a saída. Fomos com um "amigo" dela e mais alguns amigos juntando 6 pessoas no carro rumo ao Lago Oeste (para quem não é de Brasília, fica longe pra chuchu).

Isso se deu às 2 horas da manhã, afinal pra que dormir... Rodamos e rodamos até entrarmos na estrada de terra e nada de festinha....com outra amiga repetindo que a "boa" era em outro lugar.


Foto: Vista da esplanada tirada por mim em um momento fotógrafa de inspiração na torre de TV.

Mas visto que o nosso amigo motorista insistia na crença da tal festa continuamos até vermos luzes ao fundo...eis que ele diz: Olha lá a festa! Tá bombando! Vamos quicar! (as palavras são mais ou menos assim). Com um fundo de esperança nossos olhos venciam o sono adicionado de muita champagne no organismo, porém nos deparamos com um portão e as tais luzes eram na verdade as luzes do Plano Piloto, ou seja, Brasília vista de um lugar mais alto.


Desistindo da festa (na verdade não havia outra alternativa, né!) fomos para a outra tal festa da hora que ficava no lago sul, imaginem atravessar a cidade TODA! Pois então, o problema é que a amiga não sabia o endereço exato e mais uma vez não encontramos a festa.


Acabamos indo para o estacionamento do Café Cancun, onde eu acreditava que iria terminar minha super noite de balada! Contudo, foi sugerido irmos para a Esplanada dos Ministérios (aqui em Bsb é muito comum os jovens irem para lá, espécie de point quando não se tem mais o que fazer).


Chegamos na Esplanada 4 horas da manhã servidos de vodka com energético e "rave-móvel" nas alturas. Conheci todos os moradores deste cartão postal da cidade que tentavam dormir embaixo dos monumentos e ainda subi na Pira da Pátria, mesmo sendo proibido muita gente sobe, testemunhando um morador de rua totalmente embriagado fazendo Parkour (a Pira é bem alta para atos desse tipo).


Ps: me excluo na parte de bebidas....tomei mais energético que vodka, por sinal até que o negócio é bebível já que nunca experimentei antes.

O dia começa a chegar e o nascer do sol na Esplanada é simplesmente fantástico, acho que somos abençoados por um horizonte infinito de céu azul e cores únicas.


Mas a farra ainda não chegou ao fim....estendemos para um café delicioso e saudável a base de batata frita e mais bebida, e piscina sem sol com água gelada.


A noite valeu a pena. Nada como estar com amigos..nas alegrias e nas frustrações.





Fim de ano

Todo ano esperava ansiosamente o ano terminar por causa do meu aniversário, em novembro, e assim sucessivamente esperava ansiosamente o novo ano para poder estar mais próxima do próximo fim de ano.
PS: De uns anos para cá percebi que o tempo passa muito rápido (o que todo mundo adulto já sabe) e que nem tudo é festa. Acredito que a propaganda ajuda bastante a mover o capitalismo durante as épocas de festa promovendo o consumismo, que para nós mulheres é bom demais da conta :) Mas a época de liquida DF são melhores ainda! Admito que árvores de natal encantam e toda a magia de Papai Noel e supertições para o ano novo.
O certo é que nas semanas de natal e ano novo a gente costuma fazer uma retrospectiva de tudo que aconteceu e dos nossos desejos nas listinhas de o que vou fazer no próximo ano. E acabamos constatando que não fizemos nem 10% do que programamos, e os desejos vão para a lista do ano seguinte e seguinte...
Com isso em mente, resolvi fazer um limpa em sentido geral e comecei neste ano muitas coisas que sempre ficavam para depois, como deixar de lado o sedentarismo, controlar mais o que vai a boca, escolher melhor as companhias, dentre outros. Minha lista pro ano que vem tá diminuindo, se bem que sempre queremos mais e mais outras coisas. O ser humano nunca está satisfeito. Se forem coisas positivas acrescentam para o crescimento pessoal, porém na maioria das vezes os pedidos são supérfluos e gananciosos.
Fim de ano sempre é acompanhado de inúmeras saudades, talvez porque esperamos por um ano melhor do que esse bom ou mal ano, e vimos mais um ano passar com tantas riquezas de experiências que nos remetem a déjà vu momentâneos.
Saudades de ter amigos desaparecidos por perto; dos tempos de colégio quando fornecia instrumentos excusos para dar curto circuito na sala e não termos aula, dos meninos tirando a borrachinha das janelas e vidros se quebrarem por "acidente", de trocar idéias durante os testes e provas (não era cola! a gente passava cola) :), de termos trocado todo o sistema de provas bimestrais do colégio (isso não é pra qualquer um viu!) devido a sermos solidárias com amigos que não entendiam bem a matéria ou vinham fazer a prova direto da balada cheirando a pinga; saudades ainda dos cheiros da grama molhada da infância, do cheiro do meu pai no travesseiro ao tomar o lugar dele na cama enquanto a preguiça não me deixava acordar, do cheiro de comida em dias de festa, do cheiro da noite devido aos perfumes exalados pelas árvores e flores durante caminhadas noturnas com meu pai; saudades de correr dos guardas de prédios públicos quando andava pelos espelhos de água; dos ex-amigos ou colegas que passaram por minha vida; das viagens que ficaram em fotos e no passado. Enfim, muitas saudades que ficaria o dia todo e não terminaria de enumerar.
"Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
Quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
Eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
De pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,Do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
Do penúltimo, e daqueles que ainda vou vir a ter,
Se Deus quiser...
Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
Lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,
De quem disse que viria e nem apareceu;
De quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito,
De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram
E de quem não me despedi direito,
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
De gente que passou na calçada contrária da minha vida
E que só enxerguei de vislumbre;
De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter;
De coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse,
De certo gostaria de experimentar;
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,
Não sei aonde,
Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é
E nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar
Sentindo saudades em japonês,
Em russo, em italiano, em inglês,
Mas que minha saudade,
Por eu ter nascido brasileira,
Só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria,
Espontaneamente, quando estamos desesperados,
Para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes,
Seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
Ou seja, lá como possamos traduzir saudade
Em outra língua, nunca terá a mesma força
E significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, corretamente,
A imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
Todas as vezes que sinto este aperto no peito,
Meio nostálgico meio gostoso,
Mas que funciona melhor do que um sinal vital
Quando se quer falar de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,
De que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas
Que perdemos ao longo da nossa existência...
Sentir saudade é sinal de que se está vivo!"
Poema retirado de:
Então é isso, saudades todos temos mas a vida continua, e o futuro e o presente estão aí para serem desafiados!
Boas festas a todos!!!!!!!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Cockney Rhyming Slang

Ano passado um amigo italiano residente em Londres me apresentou aos Cockney Rhyming Slangs, que são gírias com data de origem desconhecida, utilizadas pelos londrinos da classe média durante o século XIX e podem ser encontradas até hoje em Londres entre motoristas de táxis. Mais precisamente, a classe média de East End que nasce durante as badaladas dos sinos de Bow, da igreja de St. Mary-le-Bow, são denominados pessoas Cockney.
Os cockney slangs surgiram para confundir e/ou despistar negócios escusos de autoridades policiais e fiscais da época. São formadas por expressões que rimam com as palavras originais ou que tenham alguma relação, e podem ser vocabulários de fácil compreensão mas usadas com outros sentidos.


"The true cockney was smart, wearing flash attire, perhaps a battered silk hat… bright, sharp, never-say-die, streetwise, sturdy optimism in his unwavering determination not only to make the best of things as they are, but to make them seem actually better than they are by adapting his moods to the exigencies of the occasion and in his supreme disdain of all outside influences." (Roy Porter)


Exemplos


bread and honey = money
apples and pears = stairs
trouble and strife = wife
adam and eve = believe
ruby murray = curry
william pitt = shit


sábado, 13 de dezembro de 2008

Intercâmbio

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
Antoine de Saint-Exupery


No Terceiro ano de UnB (Universidade de Brasília), minha amiga chamou para ir com ela em um intercâmbio de trabalho nos EUA. Fiz uma mutreta tamanha que lá em casa acharam que era pra estudar. Após meses correndo atrás de papelada fui tirar o visto na temida embaixada dos EUA, onde ouvi dizer que negavam o visto só de não ir com a sua cara. Acredita que a mulher não olhou NENHUM documento que eu levei e me deu o visto! Por um lado fiquei com raiva de ter tirado tanta xerox de documentos pra nada mas por outro ela foi com a minha cara! :P

Foto: Cherry Blossoms de Washington com Jefferson Memorial ao fundo.


Ps: muita gente fala que tenho cara de ser calminha e santinha...e eu sempre respondo..só se for do pau oco :) e acabou que minha amiga foi pra outra cidade e nem vi ela durante o intercâmbio inteiro..aliás durante 1 ano inteiro.
Enfim..com visto na mão embarquei em 1 semana...a 1 semana do natal de 2003.
Fui com uma menina que acabou virando uma grande amiga da qual sinto muitas saudades já que ela se bandeou pros EUA de vez. Só sei que chegando em Miami a imigração arrumou um rolo com ela que estava responsável por levar um menor de idade para a mãe que estava morando lá..detalhe que ela também era menor de idade para os americanos. Não teve jeito...depois de um tempão sem notícias deles que foram encaminhados pro interrogatório da imigração segui viagem sozinha pra NY e me vi sozinha no JFK (aeroporto) meia noite! Como ainda tinha muito chão pela frente até chegar no meu destino final fui perguntar no balcão de informação (de um aeroporto internacional, e veja bem...de NY!!!!!!!!) como fazia pra chegar na rodoviária. Tamanha a surpresa quando a senhora me responde: não sei te informar..pergunta pros taxistas...que me informaram que não tinha ônibus naquela hora..só me restava esperar amanhecer...

Sentada na área de lanchonetes do aeroporto conheci 2 americanas com estilo hippie e punk, rspectivamente que estavam voltando de um mochilão pela Europa e me chamaram pra jogar baralho enquanto esperavam a conexão delas. Papo vai papo vem não durou muito e estava sozinha lá de novo enquanto várias pessoas babavam esparramadas em cima das mesas das lanchonetes vencidas pelo cansaço, exaustas de esperar vôos.

Como já estava entediada resolvi pegar logo o bendito táxi pra rodoviária, isso era 4 horas da manhã. Só sei que eu e o taxista não nos entendíamos, pois eu com o inglês todo travado naquela época não entendia o recém imigrante mexicano ou peruano ou chileno, sei lá (meu espanhol é péssimo), que arranhava o inglês. Só sei que depois que pronunciei a palavra BRASIL tudo entrou no eixo (diga-se de passagem que essa palavra me salvou em várias oportunidades). No percurso que deve ter durado uns 30 minutos acabou virando quase um pai de tantos conselhos que me dava.

Finalmente às 6h30 da manhã saiu o primeiro ônibus com destino a AC (Atlantic City no estado de New Jersey). Tudo que sabia da cidade era que ela cheia de casinos e de um filme que eu vi quando criança na sessão da tarde que falava que AC era a cidade onde todos os sonhos aconteciam..mas isso era na década de 40 ou 50. Mal sabia eu que a cidade tinha virado reduto de traficantes e considerada altamente perigosa por ter uma grande concentração de negros. Os "brancos" moravam em cidades vizinhas que seriam equivalentes às nossas cidades satélites (em Brasília).

Tudo era novidade na estrada.

A rodoviária da cidadezinha dava de 100 a 0 na da capital do Brasil. Como tava que nem barata tonta fui perguntar qual ônibus da cidade me faria chegar até o Social Security Office para tirar uma espécie de CPF de lá pra poder começar a trabalhar. Mas antes é claro, ia deixar a mala em um dos inúmeros motéis (pessoal motel lá não é como motel aqui, lembrem disso!) que nos indicaram. O policial falou que era tão longe que resolvi pegar um táxi e surpresa a minha que o motorista praticamente só virou a esquina. Me enrolaram! Ainda por cima dou de cara com um paquistanês e sendo meu primeiro dia ao sol na América não entendia bulhufas do sotaque inglês deles. Perguntei logo se tinha brasileiro hospedado (tinham nos dito que muitos estudantes já tinham chegado lá) e não é que me tornei amiga de infância de um carioca que nunca tinha visto na vida! O que a gente não faz no estrangeiro hein? Pra desenrolar logo larguei a mala na recepção do hotel contando com a má vontade do paquistanês de não furtar nada nem dar sumiço nas minhas coisas. E lá fui eu pegar o ônibus pra tirar o documento.

Gente, me expliquem.... tem alguma cidade que tem o mesmo número de ônibus pra 2 linhas!
Poizé lá tinha! só que eu não sabia e eu acho que o povo nem pensou que quem não é da cidade não ia saber que tinha ônibus normal e ônibus pequeno (tipo mini ônibus) com mesmos números! é claroooooooo que eu peguei o ônibus errado mas com número igual do outro! e ainda fui tapeada pelo motorista quando perguntei se já tava perto: Oh! it is the next stop...just walk along the street and you ll be there! Fiquei andando por umas 3 horas. (depois reclamam de brasileiro quando falamos..é bem ali!

Acabei chegando numa Highway (auto-estrada) americana mas a anta aqui nem se tocou porque os caminhões estavam buzinando com a doida varrida andando no meio da estrada...toda hora via uma bandeira ao longe e achava que era órgão público...povo patriota viu! pelo menos no brasil quando você vê uma bandeira sabe que é coisa do governo ai ai! Só sei que o último pit stop foi numa loja de ferramentas ..imaginem, daquelas casinhas de madeira no meio do nada com 2 caras todos bombados vestindo jardineiras jeans bem gordinhos e branquinhos com bigode...e ainda perguntam..você tá de carro? como a resposta foi NO!!!!!!!! eles meio que riram da minha cara porque ainda tinha muito chão pela frente. Cena de filme..que nada..dura realidade...Nessa altura já tava bufando de raiva e xingando deus e o mundo americano, engraçado que quando a gente tá morrendo de raiva sempre aparece a luz no fim do túnel! Achei a bendita placa com o nome do lugar e também vi o grupo de SP, que pegou outro vôo, chegando junto comigo, mas eles pegaram o ônibus certo e chegaram lá em 30 minutos todos sentadinhos. Enquanto eu fiquei andando no inverno num frio da P%$$# de alguns graus negativos. PS: ainda não tinha casaco que segurava bem o frio no 1º dia.

Bem esse foi meu primeiro dia na terrinha do Tio Sam.

Depois que passamos por treinamento e começamos a trabalhar efetivamente no casino, fui parar no Harrah´s Entertainment e virei caixa de casino interno....sem noção meu caixa abria com mais de US$ 100,000 toda noite. E o medo de sumir uma verdinha e ter que sair do bolso ou ser presa. Vixi maria!

Ficamos sabendo lá com os co-workers que morar em AC mesmo só negros e traficantes e que não era seguro..que éramos doidinhos. Mal sabem eles que o RJ é bem pior. Aquilo lá tava tranqüilo até demais.

Como não consegui casa pra alugar o nosso grupo de 6 pessoas (4 mulheres e 2 homens) resolveu ficar morando em motel mesmo e ser submetido a alugueis semanais altíssimos enquanto o pessoal que alugou os moquifos pagavam uma miséria de aluguel.

Bem, o lugar que mais íamos pela distância da nossa "casa" era o Pulgas (adivinharam o porque do nome? lógico que tinha pulgas lá!). O pulgas era a casa de uns cariocas..na verdade vou tentar descrever como o prédio era: sabe aqueles filmes de polícia que tem uns becos e prédios de tijolinhos vermelhos que depois de um certo tempo fica encardido e preto, com uma escadinha na lateral pro elemento sair pela janela e pular na lata de lixo encostada estrategicamente? então! isso mesmo... que a polícia sempre faz a ronda e tem a porta de madeira com um vidro enorme pedindo pra ser quebrado visualizando um carinha na sombra embaixo da escada fumando umas ou duas....poizé! esse era o Pulgas!

Durante minha estada de 3 meses em AC fui despejada umas 13 vezes dos motéis porque os paquistaneses, indianos e afins decidiam de última hora que nosso quarto suíte (onde ficavam 6 pessoas e que eles cobravam o aluguel mais caro...considere isso como praticamente um crime de extorsão!) estava vago para ser alugado para turistas mais abastados que iam pagar bem mais. Um desses despejos ocorreu no dia 31 de dezembro pouco antes de irmos passar o revéillon em NY para ver aquela famosa bolinha colorida da Times Square..acabamos ficando bem longe quase no Central Park e nem é lá grande coisa...fogos então..nem se compara....sem brincadeira...15-20 minutos após a meia noite não tinha uma viva alma na rua da cidade e a polícia ainda estava expulsando a gente da rua porque os lixeiros tinham que limpar a cidade.
Detalhe que o próximo ônibus pra AC era só 6h da manhã....não deu outra, ficamos a noite perambulando por Manhattan esperando a hora do busão e entrando nos poucos cafés que estavam abertos para esquentar e não congelar na rua.

Lembro de uma vez que andando pela rua....com os mais de 40 brasileiros estudantes que estavam na cidade, e a maioria loirinhos do sul num bairro negro. Entramos em uma loja predominantemente de negros..aliás era raríssimo ver brancos na cidade mesmo. Quando eu ouço lá do caixa da loja.... What the hell they are doing here? ou algo do tipo Yo man! Let´s fuck with.... nem queira saber o resto da frase... só sei que a gente danou a falar em português já que a porta foi "barrada" por um dos vendedores também. Aí que tudo mudou....lembram da palavra mágica ne! BRASIL!!! viramos a sensação da cidade (esqueci: a cidade não era tão grande nem tão pequena, na avenida principal, pela extensão, a gente olhava de um lado e do outro lado já tinha o final da cidade não contando a largura.... continuando, não entendiam como japoneses, chinesa (eu), loirinhos dos olhos azuis e um negão podiam ser todos brasileiros! e eu dando exemplos a eles de como nos EUA tinha gente de todas as raças americanos e mesmo assim eles não entendiam a lógica....depois entendi que asiático ou indiano ou qualquer outro estrangeiro mesmo com filhos nascidos lá não se denominavam americanos.

Passamos por poucas e boas e hoje rimos das desgraças que na hora chorávamos de raiva. Aprendemos a "nos virar" sem pai nem mãe pra nos adular. Trabalhávamos em horários que de acordo com a definição dos próprios americanos sabíamos que era desumano...GRAVE shift (an excavation made in the earth in which to bury a dead body, em português COVA), imagina você falando com seus pais e falando: pai tá ótimo trabalho de 21h-7h ou de 19h-5h, pra mim isso é trabalho de outro tipo que não vou comentar aqui. Vencemos cansaço, sono (com muito chafé), muitas e muitas horas extras chegando a trabalhar por quase 20 horas seguidas (loucuras de estudantes aborrecentes) e ainda saíamos do trabalho direto pra rodoviária pra conhecer as cidades mais próximas como NY (dividimos o mapa da cidade e definimos metas que quantas ruas e museus visitaríamos a cada visita porque no final do dia tínhamos que voltar pra trabalhar!), Philadelphia, Washington, Newark, etc. Só pra NY devo ter ido umas 15 vezes. Nossa rotina de descanso variava entre escalas de viajens e cama para não nos transformarmos em zumbis ambulantes.

Íamos bem ali em NY em noites de folga quando não tínhamos nada pra fazer só pra tomar um suco ou pra Philadelphia jogar sinuca às 3h da manhã. Cidades 24 horas são fantásticas!
Philadelphia e Washington são simplesmente maravilhosas....com bandeiras de todas as nações hasteadas na avenida principal, diversos museus (onde se localiza aquele museu que o Rocky Balboa subiu as escadarias correndo; e as maravilhosas cherry blossoms, respectivamente. Durante a visita à Washington ainda presenciei um grupo de estudantes que visitam a Capital como parte de um programa de formação de futuros políticos e cérebros pensantes, oportunidade que muitos almejam mas poucos se qualificam, soube por meio de um deles que existe um concurso ou prova de qualificação para somente participar desta viajem onde os alunos visitam a Casa Branca, se viram ou não o Bush aí não sei.

Foto: Philadelphia, a casinha amarela é na verdade bem grande (Museu de arte)

Após os 3 meses muitos se foram e muitos estavam indo...aos poucos a cidade foi ficando vazia dos novos amigos e a saudade começando a bater mais forte....hora de voltar e ver a realidade brasileira. Como disse minha amiga: Nos EUA até cobrador de ônibus é modelo de revista! Não há comparação que se possa fazer com os nordestinos retirantes que nos rodeam na maioria das capitais em busca de um lugar ao sol.

Tempos difíceis mas alegres e divertidos que deixam saudades, onde todos crescemos e aprendemos a complicada experiência de conviver na sociedade adulta procurando um equilíbrio nos "defeitos" e nas "virtudes" de cada pessoa (friends is a thing we'll always be).

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Volta ao Brasil

Estava eu voltando de Taiwan durante uma estada de 1 mês em janeiro de 2002 fazendo a rota qua quase ninguém faz (via África do sul) quando abarrotada de 2 malas com ultra mega excesso de bagagem devido a amigos desgramados de meu pai e umas 8 malas e sacolas de mão uma "senhora" comissária estilo cantora de hip hop mau encarada da South African Airways me para e diz: You are not going to be in my flight! Not with all those luggages! who let you in?
Neste exato momento é claro que meu querido irmão fingiu estar olhando pro alien e passou reto....no melhor estilo..quem é essa doida aí? nem conheço....
como no auge dos meus 19 anos eu tinha um baby face inquestionável e já tinha começado a cara de quase choro e desespero, o senhor comissário caridoso do mesmo vôo sugeriu que eu deixasse meus excessos escondidos no pavimento superior do avião caso a chefa de cabine criasse pepinos. Que alívio! e quanto a chatonilda....teve que ficar calada...não sei mas acho que o senhor tinha mais tempo de casa...ou na África os homens é que mandam?! :P
Imagina a criatura (eu, no caso) perdida no aeroporto de Johannesburgo com um monte de mala sendo que na ida tinham me solicitado preencher um seguro contra estupro, nada demais....só uma medida de segurança! Sei!!!!! medida o C@#$%!

Laelia


Quando eu comecei a surfar no mundo internáutico, por volta dos meus 11 anos, logo me foi dito que deveria ter um nickname ou como conhecido em português, apelido. Não lembro porque exatamente Laelia, porém só lembro do orgulho de ter achado um nome simples que representava algo tão belo e pouco conhecido a não ser em meios botânicos (nossa que embromação).

Definição: Laelia é um pequeno gênero de orquídeas com vinte espécies encontradas em florestas tropicais pelo México estendendo-se à América Latina. Porém, contudo, todavia, descobri que pode ser nome próprio de verdade originando-se do grego, variante de Lelia, que significa: A QUE MUITO FALA. Prefiro ficar com a primeira definição que foi o motivo da escolha do nome já que para os que me conhecem A QUE MUITO FALA definitivamente não combina nadinha de nada comigo.

Inauguração do blog

Des(a)venturas pelos 4 cantos...

uma maneira de "botar pra fora" experiências positivas e negativas (que muitas vezes terminam em boas gargalhadas) vivenciadas pela minha pessoa durante esses 26 anos de estrada nesse lugar chamado Terra, além de postar sobre interesses sob pontos de vista aleatórios.
Apesar de me achar uma péssima contadora de histórias e escritora quem sabe não dá certo..tentar não arranca pedaço.

"O escritor é um homem que mais do que qualquer outro tem dificuldade para escrever." (Thomas Mann)