quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Tradução do Português de Portugal...

Mais um texto sobre as diferenças e peculiaridades de cada idioma. Bom para os colegas tradutores rirem e lembrarem dos casos e das traduções pitorescas que encontramos diariamente. :)

"Recebi um casal de dentistas amigos, já radicados em Portugal há muitos anos.

Pensei que não haveria necessidade de traduzir o português, mas para minha surpresa, surgiram tantos vocábulos diferentes, que resolvi fazer algumas citações, para quando em viagens a Portugal, possa não passar ou fazer vexames, pensando que se trata de similaridade quase absoluta.

Rogo aos que se surpreenderão com as grafias, que apesar de algumas serem chocantes, são utilizadas em linguagem televisiva e na imprensa daquele País.

Interpretem como tradução pura e simples.

Ainda no aeroporto, pediram uma água fresca lisa (gelada e sem gás), pois tinham comido no avião uma punheta (bacalhau cru desfiado, servido como tira-gosto). Após a água, bebeu uma bica (cafezinho).

Na rua, viu os almeidas (garis) recolhendo monstros (entulhos).

Perguntou-nos como estava meu puto (adolescente) e se as canalhas (várias crianças) de meus irmãos estavam bem.

Perguntou se a AIDS estava sendo contida nas campanhas com o uso do durex (camisinha, pois durex lá, se chama fita-cola).

Desejou passar numa drogaria e ao chegar queria comprar alfinetes e pregadeiras (broches, que em Portugal significa sexo oral realizado pela mulher no homem), pois pensava ele que estava em uma mercearia.

Passei na farmácia, pois sua tia estava com um ferimento no pé e com história (menstruada).

Precisava comprar um penso (curativo) e um penso higiênico (absorvente íntimo), pois já estava sujando a cueca (calcinha de mulher).

Aproveitou e adquiriu um adesivo (esparadrapo) para proteger o pé do sapato que estava apertando.

No bar, perguntou se havia muito paneleiro (bicha) que não honrava a pila (pinto) que possuía e fufa (sapatão) com cara de gajo (rapaz).

Tomou algumas cervejas de pressão (chopinhos) e pagou a conta ao empregado de mesa (garçom).

Pela manhã na praia, admirou-se da pronta ação que o banheiro (salva-vida), teve ao retirar das águas uma rapariga (moça) que se afogava.

Ficou impressionado com passageiros que viajavam dependurados no autocarro (ônibus).

Achou um giro (legal) a Praia de Porto de Galinhas.

A todo momento, só estava a passar a mão no saco (bolsa a tiracolo de homem e de mulher) para o pivete não levar.

Achou uma ponta (excitação sexual) os biquínis sumários existentes.

Comprou carne de borrego (carneiro novo) no talho (açougue) e levou para guardar no meu frigorífico (geladeira é um termo completamente desconhecido).

Gostou do meu andar (apartamento) por ser muito ventilado no sexto piso (andar).
Estranhou o ardina (jornaleiro) vendendo na véspera o jornal do dia seguinte.

Se a propaganda da Caixa Econômica Federal, fosse feita na televisão portuguesa, seria "Vem para a boceta (caixa), você também. Vem ."

Esta palavra se usa com freqüência nos meios de comunicação, só sendo palavrão se for falado crica ou cona.

Na farmácia, é comum se perguntar se vais "tomar a pica no cu," pois isto significa aplicar uma "injeção na bunda."

O palavrão só vale se disser "o olho do cu."

Disse-me que só não gosta de "entrar no rabo da bicha para pegar o cacete" (entrar no fim da fila para pegar o pãozinho).

Ajustar o breque é o mesmo que ajustar o pum. Breque, de freio, é travão.

Falamos de tudo, desde a atuação dos estomatologistas (dentistas) brasileiros residentes em Portugal, até sobre as propinas (taxas legais e honestas, que os estudantes pagam nas universidades)".

2 comentários:

Helga disse...

heheh poizé, dizem que brazucas que vão tentar a vida em Portugal se dão mal porque pensam que eles falam português de cá e se dão mal. Eu já tinha lido listas dessas traduções, mas nunca em contexto assim. :)

Anônimo disse...

Oi Chan,

citei você no meu blog hoje contando aquela história sobre adoção de gatinhos.

bj!